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Saving Caim: um site para prevenir futuros assassinatos

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Saving Caim: um site para prevenir futuros assassinatos

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Um professor de psiquiatria criou um site para convencer futuros assassinos a desistirem de disparar. O lançamento deste site foi principalmente impulsionado pelo número de crimes que acontecem, por ano, nas escolas e universidades dos Estados Unidos. Só em estabelecimentos de ensino morreram mais de 30 pessoas, em 2015, na sequência de tiroteios em espaços académicos.

Chris Harper-Mercer, de 26 anos, sorriu quando, no dia 1 de outubro de 2015, matou a tiro o professor  e oito colegas na Universidade Comunitária de Umpqua, no Oregon, Estados Unidos. Quatro dias depois, James Kimmel decidiu fazer algo inédito para evitar o próximo massacre: salvar o assassino.

“Há muitos recursos online para convencer as pessoas a não cometerem suicídio, mas não existe nada para evitar que elas cometam homicídio”, disse o professor de psiquiatria da Universidade de Yale em declarações à revista Sábado.

Para preencher a lacuna, criou o site SavingCain.org (salvar Caim). Ao entrarmos na página, podemos de imediato encontrar a frase: “Se estás a pensar matar alguém ou várias pessoas… Lê isto primeiro. Demora apenas cinco minutos. Salva vidas (incluindo a tua). Não é demasiado tarde, a tua vida é importante (assim como as vidas das pessoas que irás matar)”.

Saving Caim: um site para prevenir futuros assassinatos

Para convencer homicidas a não matar, James Kimmel recorda a história bíblica de Abel e Caim e mostra-se compreensivo com a raiva que levou Caim a assassinar o irmão. “Deus aceitou a oferenda de Abel mas rejeitou a de Caim. Isto foi muito injusto”.

 

Para o Professor é a injustiça e o desejo de vingança que levam algumas pessoas a cometer assassinatos. “A vontade de matar é motivada pelo desejo de alcançar justiça. Foi por isso que Caim matou Abel e é o motivo principal da maioria dos homicídios, de casos de violência doméstica a actos de terrorismo e guerras mundiais”.

Parte da culpa é atribuída ao cérebro do assassino. “Na última década, os neurocientistas têm revelado que o desejo de vingança activa os mesmos centros de prazer no cérebro que são ativados pelas drogas”, explicou James Kimmel à revista Sábado. “Isso sugere que o cérebro cria um desejo biológico de matar como resposta a actos vistos como injustos.”

Kimmel assegura que já sentiu esse desejo. Em adolescente, a viver numa quinta da Pensilvânia, foi vítima de bullying. Uma noite, depois de lhe terem matado a tiro o cão, James Kimmel pegou na espingarda do pai, perseguiu de jipe os autores e, quando os encurralou, esteve à beira de premir o gatilho. “No último segundo, percebi que se os matasse estaria também a suicidar-me. Iria pagar um preço demasiado alto para sentir aquela euforia momentânea.”

Dirigindo-se aos potenciais homicidas, o professor diz-lhes que estão a viver uma situação de emergência e pede-lhes que liguem para o número americano de aconselhamento em situações de crise. Também disponibiliza links para vídeos em que, por exemplo, o Dalai Lama explica o conceito de felicidade.

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