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Como serão as escolas do futuro?

Como serão as escolas do futuro?

by Tiago Leão

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A Internet revolucionou paradigmas e alterou conceções de várias áreas da vida humana. Na educação não é diferente. Investigadores e pedagogos de todo o mundo estimam que daqui a 50 anos não existirão turmas nem horários; falam de uma aprendizagem interativa, assente nas novas tecnologias, e de um potenciar dos interesses de cada um. Leia este artigo e saiba como serão as escolas do futuro.

Embora para alguns este cenário descrito ainda pareça uma utopia, a verdade é que a realidade está cada vez menos distante e os resultados parecem ser altamente positivos. Antes demais, é necessário pensar em quem realmente importa: os alunos.

Os tempos são outros e termos como vídeo, Internet, tablet ou mp3 não são de todo desconhecidos para os mais novos. Que o digam os próprios pais que, de boca aberta, assistem à destreza dos seus filhos que ainda nem sequer sabem ler nem escrever, mas já sabem como mexer no último modelo do iPad.

Nunca como agora, fez tão sentido falar de “nativos digitais“. O conceito não é novo e designa todos aqueles que nasceram na era da Internet e para quem as novas tecnologias se apresentam – não como algo estranho e novo – mas como uma parte do dia-a-dia. Para eles, um tablet é algo tão comum como uma caneca. Se uma serve para beber, o outro permite-lhes obter qualquer informação. E isto não causa espanto nem estranheza.

É nesta nova realidade que devemos enquadrar o sistema educação. Imagine que o obrigavam a substituir os cadernos e canetas por um pequeno quadro lousa – o instrumento que os seus avós, provavelmente, utilizavam na escola. Não seria algo inibidor? Pois, tendo tudo isto em consideração, estão a ser levadas mudanças estruturais em algumas escolas da União Europeia: cadernos são substituídos por tablets e quadros de lousa dão lugar a quadros interativos.

Chamar as crianças à escola

O conhecimento só deve conhecer os limites que nós próprios estabelecermos. Não merece, por isso, estar confinado às quatro paredes de uma escola, ao período de aulas nem tão pouco ao conteúdo programado para o ano letivo. De acordo com investigadores, é esta falta de elasticidade do ensino que limita o interesse dos alunos.

Através da implementação de um modelo novo onde as crianças têm um papel ativo, onde podem escolher o que aprender e quando aprender, é possível chamar as crianças à escola. Além disso, o interesse natural pelas novas tecnologias faz com que muitos se apaixonem, não só pelos tablets como pelos conteúdos a que têm aceso através dele. Confirmem os professores se um simples filme não pode ser muito mais efetivo do que um tradicional debitar de matéria.

Trata-se, no fundo, de uma inversão da pedagogia. Através de materiais interativos consultados a qualquer hora, o aluno poderá aprender ao seu próprio ritmo, vendo, revendo e – objetivo último – percebendo.  Especialistas defenfem, no entanto, que a livre escolha do caminho da aprendizagem pelos diferentes assuntos, não dispensa a existência de um tronco comum. Ou seja, apesar dos interesses individuais de cada um, é necessário ter conhecimentos básicos sobre várias outras áreas.

Qual o papel do professor na escola?

Ao contrário do que muitos consideram, esta mudança radical do paradigma de ensino não prevê a eliminação da professor, nem a sua substituição por uma máquina. Muito pelo contrário, permite ao docente tornar-se naquilo que realmente deve ser: um professor.

Queremos com isto dizer que, em vez de debitar conteúdos, terá espaço para alimentar a curiosidade do aluno, tirar dúvidas, propor desafios, corrigir exercícios e, sobretudo, instigar o debate e o pensamento. Desta forma, manter-se-ia o propósito das escolas enquanto espaço físico – sinónimo de interação entre os alunos e tutores.

Um exemplo de sucesso

Se em Portugal os tablets começam a ser introduzidos lentamente no Sistema de Ensino, na Dinamarca esta realidade já faz parte do dia-a-dia de alguns alunos. Numa escola deste país, desbravam-se os caminhos para o futuro e o exemplo é de sucesso. Espantem-se os mais conservadores se dissermos que nesta escola não existem salas de aula, nem turmas convencionais.

Os alunos não utilizam livros e tratam o digital por “tu”. O ensino, esse, é individualizado e permite às crianças escolherem aquilo que querem estudar de acordo com os seus próprios interesses. A maior parte das atividades decorre em espaços abertos e os alunos são organizados por grupos, de acordo com aquilo que quiserem aprender durante esse dia.

São várias as experiências levadas a cabo em todo o mundo, no entanto os resultados altamente positivos sugerem que, no futuro, será necessário rever a maioria dos métodos de Ensino tradicionalmente aplicados.

Mas, há vários entraves. A verdade é que as crianças que quase nascem ensinadas a lidar com as novas tecnologias, por vezes, sabem muito mais do que os próprios educadores. Esta questão levanta novos desafios e faz com que alguns especialistas acreditem que só por volta de 2050 é que a revolução do ensino poderá ser finalmente concretizada. Nessa altura, as crianças de hoje ocuparão o lugar dos seus professores e nativos digitais ensinarão outros nativos digitais.

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