Para quê Instagram quando há o Disposable Camera Project?
Nos últimos anos, o Instagram tem crescido em popularidade e de uma forma ou de outra anda nas bocas do mundo. Com o telemóvel a fotografia democratizou-se e hoje basta tirar o aparelho do bolso para captar qualquer imagem do dia-a-dia.
Ainda que sejamos adeptos das novas tecnologias, não escondemos que temos um fascínio por tudo o que é antigo. Por isso, neste post, resolvemos juntar o presente com o passado para lhe apresentar o Disposable Camera Project. Afinal, será que ainda se lembra das velhas máquinas descartáveis?
Para os que já cresceram no tempo do megapixel, passo a explicar. Tratam-se de câmaras fotográficas que funcionavam a rolo e que perdiam a utilidade depois de umas quantas fotografias tiradas. Uma vez reveladas as imagens, a máquina era descartada, ou seja, ia para o caixote do lixo.
Com o objetivo de trazer de volta estes aparelhos ao uso diário e de incentivar a fotografia de rua, os canadianos Mark Serrano e Mike Yambao criaram, em 2012 um projeto interativo a que chamaram Disposable Camera Project.
A ideia era simples e pretendia espalhar câmaras fotográficas descartáveis pelas ruas de grandes cidades do mundo. A primeira foi Toronto e quem por lá passasse poderia encontrar o aparelho com um documento descritivo. O que tinham de fazer? Apenas tinham de fotografar.
Disposable Camera Project: uma iniciativa aberta a todos
Depois de recolhidas, as imagens eram colocadas online no site oficial do Disposable Camera Project. Apesar da criatividade, a verdade é que o conceito não teve lá muitos adeptos. Os dois membros fundadores dizem que talvez a culpa tenha sido do tempo, já que o projeto começou durante o Inverno.
O sucesso chegou depois da associação Nick Hill e Paul Nuestro que ajudaram a levar o Disposable Camera Project além-fronteiras. Depois de Toronto, seguiram-se cidades como Nova Iorque, Montreal, Tóquio, Londres e Amesterdão. Em declarações ao Observador, Serrano confessou que Portugal ainda não está nos planos, mas que isto também depende dos próprios portugueses.
Graças à Internet e ao boca-a-boca, muitas pessoas que participaram no projeto têm tomado a iniciativa e colocado máquinas fotográficas nas ruas das suas cidades. Alguns enviam depois as fotos para que também elas sejam colocadas online. A participação alargou o número de galerias: além das típicas fotos de paisagens generalistas, há selfies e até fotografias de eventos específicos onde alguém decidiu colocar uma câmara.