The Interview: o filme que os hackers tiraram do cinema
O cancelamento do filme The Interview, cuja tradução para português é Uma entrevista de loucos, está a gerar grande polémica na Internet. Entre inúmeras petições para trazer a película de volta, há quem chegue a oferecer as suas salas de cinema para a transmissão e esteja a fazer negócio a partir dos posters do filme. Nem o Presidente Barack Obama ficou indiferente.
De onde surge toda esta polémica? Neste post, analisamos a situação e tentamos perceber como é que um ataque informático pode ser o suficiente para retirar um filme dos cinemas.
Tudo começou quando um grupo de hackers – que se intitulam a si mesmos de Guardians of Peace – atacou o sistema informático da Sony Pictures. Entre as várias informações roubadas, o grupo terá adquirido o filme The Interview, interpretado pelos atores Seth Rogen e James Franco. O filme acompanha dois jornalistas que, seguindo ordens da CIA, recebem a missão de matar o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-Un. O pretexto para o assassinato seria uma entrevista, a mesma que dá o nome The Interview ao filme.
No dia 16 de dezembro, a cerca de uma semana do lançamento do filme, os Guardians of Peace lançaram então uma ameaça: todos os cinemas que transmitissem o filme sofreriam consequências semelhantes às do 11 de setembro. As palavras do e-mail citado por vários media dizia que “Em breve, o mundo vai ver o que o filme terrível da Sony Pictures Entertainment provocou.” Este era um aviso que tanto se destinava às cadeias de cinema como aos espectadores pagassem para ver o filme.
A ameaça provocou inúmeras reações. Em poucas horas, a maioria dos cinemas decidiu não transmitir o filme e a Sony, apesar de se manter em silêncio durante algum tempo, acabou por cancelar a distribuição do The Interview. Para já, fica apenas a garantia de que estão a ser estudadas hipóteses para resolver o problema rapidamente.
Ainda antes do ataque cibernético, o filme já tinha gerado polémica. Na altura em que saiu o trailer, o governo norte-coreano declarou que a transmissão do filme seria considerada um “ato de guerra” e implicaria uma “retaliação impiedosa”.
O estado norte-coreano será agora devidamente investigado. Caso se prove que está envolvido no ataque, a nação governada por Kim Jong-Un poderá passar a constar de novo na lista negra de países que patrocinam o terrorismo.
Cancelamento de The Interview: reações na Internet
Enquanto o impasse se prolonga, circulam opiniões de alguns críticos de cinema que tiveram oportunidade de ver o filme. A revista norte-americana Variety, por exemplo, disse que o The Interview é uma “suposta sátira tão divertida quanto uma escassez de alimentos à comunista”. A imprensa chinesa considerou que o filme é de uma “arrogância cultural absurda”, mantendo a sua posição ao lado do aliado norte-coreano.
Mas os fãs, além de assinarem petições online para trazer o filme de volta e criarem páginas de apoio nas redes sociais, temem que o filme nunca veja a luz do dia. Entre os fãs, destaca-se, por exemplo, George R. R. Martin – o aclamado autor dos livros que inspiraram a série televisiva Game of Thrones – que ofereceu o seu cinema Jean Cocteau para transmitir o The Interview.
Entretanto, quanto maior a procura e menor a oferta, maior é o preço. É a seguir este princípio fundamental da economia que alguns fãs estão a construir verdadeiras fortunas vendendo os posters do The Interview. Só no Ebay é possível encontrar vários posters à venda por centenas de dólares.
Os Guardians of Peace, apesar de satisfeitos com a decisão tomada pela Sony, voltaram a atacar durante o fim-de-semana, apresentando uma nova exigência: a remoção de todo o conteúdo promocional do The Interview. De novo a Sony cedeu à pressão e, em poucas horas, a página do Facebook do filme desapareceu, assim como qualquer outro conteúdo publicado anteriormente nas redes sociais.
Leia mais sobre o filme The Interview neste post do blog Mundo de Cinema.
LEIA OUTROS ARTIGOS RELACIONADOS NO NOSSO BLOG:
Quais são os países inimigos da Internet