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Maior mobilidade e flexibilidade: como o mercado de trabalho está a mudar?

Maior mobilidade e flexibilidade: como o mercado de trabalho está a mudar?

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Num estudo recente, a Organização Internacional do Trabalho indicou que, antes da crise da pandemia da COVID-19, cerca de 260 milhões de pessoas estavam em teletrabalho, o que representava 7,9% do emprego em todo o mundo. Nos primeiros meses da pandemia, o número de colaboradores em teletrabalho subiu de imediato para uma proporção de 1 em cada 5 – isto é, cresceu 20%.

Outro estudo, o 2021 Work Trend Index da Microsoft no qual participaram 30 mil pessoas em 31 países, que contou também com o contributo de vários especialistas e com a análise de dados de plataformas LinkedIn e o Microsoft 365, é claro: depois da pandemia o trabalho flexível veio para ficar. As evidências resumem-se em duas linhas:

  • 70% dos colaboradores quer que a hipótese de trabalho remoto continue;
  • 66 % dos empresários consideram renovar os seus escritórios para melhor acomodarem ambientes de trabalho híbridos.

Espaços flexíveis

Vistos os números, vamos aos factos: do ponto de vista dos administradores das empresas, não há dúvida que a produtividade continua a ser um indicador de análise fundamental. Neste pós-pandemia não é diferente, embora a realidade nos tenha oferecido novas lições. E a primeira é que não é preciso estar num escritório para se trabalhar bem e ser produtivo. Os espaços flexíveis são paradigmáticos dessa nova visão.  Do ponto de vista das empresas, as vantagens desta tipologia espaços são evidentes – desde logo por permitirem contratos de arrendamento mais flexíveis e poupança nos custos fixos mensais.

As vantagens para os colaboradores também são grandes: a flexibilização de horário permite conciliar melhor a vida profissional com a vida familiar. Este tipo de espaços flexíveis, que já existiam nos espaços cowork em Lisboa, viram o seu papel reforçado pelas múltiplas necessidades a que permitem responder devido, precisamente, à sua natureza flexível. Por exemplo, para a indústria dos eventos, que também mudou nos últimos dois anos com a implementação e o sucesso do modelo híbrido, já é possível encontrar espaços para eventos em Lisboa.

Estas novas soluções correspondem a novas formas de arquitetar o trabalho no pós-pandemia. Empresas como a Google, por exemplo, têm vindo a desenvolver novas propostas para organizar o trabalho neste contexto – em determinados dias, determinados colaboradores têm de ir ao escritório, enquanto noutros podem ficar em casa.

As equipas dividem-se, sem que isso afete a produção. Essa gestão permite poupar no espaço, visto que haverá menos colaboradores a trabalhar no escritório ao mesmo tempo.

E o que mais nos reserva o futuro a nível de trabalho?

Mais concorrência

Embora as opiniões se dividam, tudo parece indicar que a competitividade vai aumentar fortemente. Isto porque fatores como género, idade, ou geografia dos candidatos deixarão de ser relevantes. Com vagas de trabalho remoto, as possibilidades são gigantes.

Mais flexibilidade

Cada vez mais a tendência aponta para profissionais que serão, cada vez mais, globais e recrutados para projetos específicos. Mais do que trocar de emprego, trocar-se-á de projeto.

 

Mais capacitação 

Cada vez mais, as pessoas terão que estar mais capacitadas não só academicamente como profissionalmente, com cursos de especialização, formações e reciclagens.

Espaços flexíveis

Já todos percebemos: pode-se trabalhar a partir de qualquer lugar. Desde casa, passando por um espaço flexível, até um café ou um parque. Trabalhar fora do escritório passará a ser recomendado. Para além das já inumeradas, poder fazer networking e novos negócios são também vantagens dessa flexibilização do espaço de trabalho.

Gestão de horários

Mais flexibilidade e uma maior preocupação com o bem-estar dos funcionários tenderão a entrar para a agenda política e legislativa, por via de leis e normas regulatórias. Basta ver o caso recente de Portugal, com a lei do direito a desligar” que entrou em vigor recentemente e que já tinha sido discutida no Parlamento Europeu.

 

Desenvolvimento tecnológico

A procura por profissionais capacitados tecnologicamente está a aumentar. A tecnologia estará também ao serviço da maior produtividade e, nesse sentido, tem sido interessante ver a os desenvolvimentos mais recentes da Inteligência Artificial, havendo até quem diga que esta vai criar mais do que destruir postos de trabalho.

Globalização económica

A pandemia visibilizou a facilidade com que passámos a comunicar entre todo o mundo através de plataformas comuns. A geografia deixou de ser um limite – foi derrubada pela força de um mundo digital sem fronteiras. Isso trouxe a possibilidade não só de desenvolver novos negócios em novos lugares, como promoveu os profissionais a players de um mercado global.

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