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O que é a publicidade infantil?

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O que é a publicidade infantil?

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O tema publicidade infantil tem sido bastante falado nos últimos dias. Mas sabe porquê? Leia o nosso post para perceber o que é a publicidade infantil e descobrir porque motivo é que estão todos a falar do assunto.

No dia 9 de Novembro de 2014, os estudantes brasileiros voltaram a sentar-se para resolver o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), a 2.ª maior prova do mundo e a que garante acesso ao Ensino Superior. Na redação – um dos exercícios mais temidos – o tema era exatamente este: publicidade infantil.

A preferência do Ministério da Educação por este tema é explicada pelas mudanças na lei, realizadas em Abril. Ainda assim, há já mais de 8 anos que entidades como o Instituto Alana, Movimento Infância Livre de Consumismo (Milc) e a Rede Brasileira Infância de Consumo (Rebrinc) exigiam que o assunto fosse tema de um Exame. Se para os estudantes foi uma dor de cabeça, para os ativistas foi uma vitória.

Em Abril de 2014, foi aprovada a resolução 163 do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda): que mudanças trouxe ao mundo da publicidade?

Basicamente, passam a ser proibidos conteúdos publicitários que se dirijam diretamente a crianças até aos 12 anos. Ao contrário do que a maioria pensa, isto não significa que seja o fim de todos os anúncios de brinquedos ou produtos relacionados com bebés ou crianças. O que a nova resolução prevê é que a comunicação seja direcionada para os adultos.

Não há complicações: os anúncios são para os pais, os avôs, os familiares e educadores – o grupo de pessoas que se responsabiliza pela medição do consumo das crianças.

Porquê proteger as crianças da publicidade infantil?

A publicidade infantil é considerada abusiva por uma série de especialistas em comunicação e pedopsiquiatria. Uma vez que se trata de um indivíduo em desenvolvimento, que ainda não está inteiramente consciente do mundo que o rodeia, a criança é em si mais vulnerável e não consegue responder eficientemente ao discurso publicitário.

Uma criança não é capaz de reconhecer o caráter persuasivo de uma propaganda a um brinquedo, por exemplo. Além disso, será que sabe o que é conteúdo e o que é anúncio publicitário? A resposta é que não, não sabe. Um desenho animado é facilmente confundido com uma publicidade a uma boneca.

Os conteúdos publicitários infantis estimulam ainda uma série de hábitos negativos nas crianças. Em 2011, a marca infantil Disney anunciou um soutien para crianças de 4 anos e investiu em publicidade para divulgar o produto. Como seria de esperar, a Internet reagiu em protesto, indignada com aquele tipo de conteúdo.

De acordo com várias investigações realizadas ao comportamento infantil, a publicidade infantil apela a estereótipos, à erotização precoce e à antecipação de comportamentos que só seriam de esperar na adolescência e idade adulta.

 

O Brasil não é o primeiro a tomar medidas para assegurar a defesa dos direitos das crianças. Na Noruega, Suécia e Quebéc já foram adotadas resoluções para regulamentar a publicidade a produtos e serviços infantis. A solução passa sempre não pela extinção deste tipo de publicidade mas sim pelo redireccionamento dos conteúdos para público consciente e responsável.

Em Portugal, a lei ainda não adotou nenhuma medida relacionada com a publicidade infantil.

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