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Por que estamos a consumir mais notícias através de apps de mensagens?

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Por que estamos a consumir mais notícias através de apps de mensagens?

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A forma como o Facebook se integrou nas nossas vidas é de facto admirável. O processo aconteceu de forma  tão natural, através dos smartphones na ponta dos nossos dedos e dos ecrãs de computadores, que cada vez mais fazem parte do nosso dia-a-dia. Os álbuns de fotografias tradicionais passaram a ser publicados em páginas de Facebook, o entretenimento é feito a fazer scroll no feed e até a forma como comunicamos com os nosso contactos passou a acontecer, para muitas pessoas, através do chat do Facebook.

Não é por isso de estranhar que o consumo de conteúdos noticiosos através de aplicativos de mensagem, como é o caso do WhatsApp e do Facebook Messenger, esteja a crescer em grande parte do mundo. A confiança nos veículos de imprensa tradicionais deixou de ser tão positiva como aquela que se regista nas  redes sociais.

Pelo menos, esta foi a conclusão retirada de dados revelados no Digital News Report 2017, apresentado no final de junho de 2017 em Viena. O estudo entrevistou 70 mil pessoas, oriundas de 36 países diferentes, para fazer uma radiografia aos seus comportamentos no meio digital.

Sem surpresa alguma, cerca de 15% dos entrevistados admitiram consumir notícias através do WhatsApp, contra 8% registados no ano passado, enquanto o Facebook Messenger é usado por 8% dos consultados para se informar.

Quem consome mais notícias através de apps de mensagens?

O consumo de notícias através do WhastApp é especialmente alto na Malásia (51%), Brasil (47%) e Chile (39%). Nos Estados Unidos, apenas 3% usam o aplicativo para ficarem informados.

Um dos motivos deste aumento, de acordo com o estudo, é a segurança do sistema de encriptação do WhatsApp, sobretudo em países como a Turquia, por exemplo, onde a partilha de notícias “sensíveis” de política pode ser perigoso.

Ao mesmo tempo, o consumo de notícias através de redes sociais como o Facebook, que tinha crescido muito em anos anteriores, parece ter estagnado e até retrocedido em alguns países importantes, como é o caso do Brasil, França e Espanha.

Apesar da baixa, 66% dos brasileiros continuam a receber informação noticiosa através das redes sociais – 6 pontos percentuais a menos do que no último relatório. Em Espanha, o índice chega a 58%, e em França, a 38%, ambos com queda de dois pontos percentuais em relação a 2016.

Por outro lado, o relatório revela que a confiança das pessoas nos meios de comunicação é baixa, com poucos países nos quais mais da metade da população confia no que vê na imprensa tradicional.

A Finlândia lidera esse índice com 62% de confiança nos veículos convencionais, à frente do Brasil (60%), Portugal (58%) e Espanha (51%). Em 13 dos 36 países analisados, a taxa não chega a 40%, como na Argentina (39%), Estados Unidos, (38%) e França (30).

Além disso, 29% dos entrevistados disse que decide não ler notícias em muitas oportunidades, já que não têm um “impacto negativo” sobre o seu estado de ânimo ou porque eles não confiam no que os veículos de imprensa estão a dizer. No entanto, cerca de 40% dos entrevistados acredita que os veículos tradicionais distinguem bem factos e ficção. Nas redes sociais, essa crença cai para 24%.

Quanto aos locais onde se consome a informação, o relatório confirma o avanço dos pequenos dispositivos eletrónicos móveis e smartwatches. Por isso, 46% das pessoas leem notícias na cama, 42% no transporte público e 32% na casa de banho.

Por outro lado, apenas 13% dos entrevistados diz pagar pelas notícias que consome, número que aumenta no México e no Brasil, para 18% e 22%, respectivamente. Nos Estados Unidos, a chegada ao poder de Donald Trump teve um forte impacto nos assinantes de jornais digitais, que subiram de 9% para 16%.

Enquanto os veículos de comunicação tentam aperfeiçoar as suas ofertas digitais em smartphones e tablets, um novo dispositivo começa a ganhar espaço no mercado: os assistentes pessoais, como a Alexa, da Amazon, e a Siri, da Apple.

Em países como os EUA, Reino Unido e Alemanha, este tipo de equipamentos são comercializados de forma massiva. Cerca de 4% dos norte-americanos, 2% dos britânicos e 1% dos alemães consomem notícias através destes assistentes digitais. Apesar do contexto tecnológico, surpreende que o texto, a forma mais clássica de jornalismo, continue a ser apontada como a forma preferida de consumir notícias por 71% dos entrevistados. Uma fatia menor de 14% admite preferir uma combinação de vídeo e texto, e 9% apenas vídeos.

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