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Masih Alinejad na liderança da luta digital contra o uso de hijab

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Masih Alinejad na liderança da luta digital contra o uso de hijab

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Todos as quartas-feiras, a ativista iraniana Masih Alinejad navega por fotos e vídeos que recebeu de mulheres por todo o Irão. Todas usam lenços brancos na cabeça ou peças brancas de roupa e integram um curioso protesto online. No entanto, que protesto é este? É isso mesmo que analisamos nos próximos parágrafos.

Antes de mais, conheçamos a história de Masih Alinejad, de naturalidade iraniana. Residente no Reino Unido, a jornalista tem vivido num exílio autoimposto desde 2009, uma vez que recebeu ameaças de morte desde que começou a fazer uso da Internet para lutar pelos seus direitos.

A sua luta começou em 2014, quando criou a plataforma online My Stealthy Freedom, um movimento social em rede, com site e página no Facebook, e cujo objetivo é acabar com o uso obrigatório do hijab (véu que as muçulmana usam para cobrir os cabelos e o pescoço) e dar liberdade de escolha às mulheres, em países como o Irão.

Mas esse foi só o início de uma longa luta. Através desse movimento, são denunciadas as leis que obrigam mulheres e meninas a seguir esse código de vestuário, mas também reveladas iniciativas que desafiam essa forma de opressão.

Masih Alinejad: levar a luta para as redes sociais

Para se manifestar contra o uso obrigatório de lenços para cobrir a cabeça, os tão bem conhecidos hijabs, Masih Alinejad Alinejad encorajou mulheres por todo o mundo, no último mês, a fazer vídeos ou fotos de si mesmas usando peças brancas. Todos estes conteúdos, que são mais tarde publicados em redes sociais com a hashtag #whitewednesdays (quartas-feiras brancas, em inglês), têm gerado buzz e estimulado ainda mais a discussão online.

“O meu objetivo é dar poder às mulheres e dar-lhes uma voz. Se o governo e o resto do mundo ouvirem a voz dessas corajosas mulheres, então têm também de reconhecê-las”, disse Alinejad em declarações à imprensa.

 

De acordo com a lei islâmica do Irão, imposta após a revolução de 1979, as mulheres são obrigadas a cobrir o seu cabelo e a usar roupas longas e largas para assim serem exemplos de modéstia. Caso não o façam, as implicações que podem sofrer podem ir de multas até mesmo à prisão.

Embora dados oficiais não tenham ainda sido recolhidos, um levantamento do grupo ativista “Justiça para o Irão”, em 2014, indicou que durante 10 anos cerca de meio milhão de mulheres foram advertidas e que mais de 30 mil foram presas em cidades por todo o Irão devido à lei do hijab. Esta é uma realidade dura vivida na pele por milhares de mulheres todos os dias e que não merece ficar calada.

Felizmente, Alinehad está disposta a lutar por todas as mulheres e prova disso mesmo é a sua iniciativa mais recente. A campanha #whitewednesdays faz parte de um movimento online maior iniciado há três anos por Alinejad.

A ativista de 40 anos queria aumentar a visibilidade de seu movimento online para que as mulheres se pudessem identificar nas ruas do Irão usando peças brancas, “a cor da paz”. Alguns dos vídeos, que são legendados por voluntários, já contam com centenas de partilhas na página do movimento no Facebook, que conta por sua vez com mais de um milhão de seguidores.

O mais interessante ainda é perceber que alguns homens iranianos participaram na campanha, o que quebra ainda mais com os estigmas sociais impostos. Alinejad também convida mulheres iranianas a usar o hijab por vontade própria – enfatizando que a campanha não é contra o hijab, mas contra o uso obrigatório.

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