Candy Crush: o jogo das guloseimas vale milhões
A empresa do jogo Candy Crush lançou 83 jogos sem sucesso antes de se tornar conhecida em todo o mundo. O primeiro ingrediente para este hit? Guloseimas no ecrã.
Na altura em que estava na moda fazer quebra-cabeças com diamantes, a equipa que desenvolvia o Candy Crush teve uma ideia bilionária – decidiu trocá-los por doces. “Um diamante não desperta o mesmo tipo de empatia”, explicaria mais tarde Sebastian Knutsson, um dos criadores. E tinha razão porque, afinal de contas, o jogo se transformou rapidamente num hit mundial.
Agora, quatro anos depois de se ter estreado, valeu à sueca King Digital Entertainment um dos maiores negócios da história dos videojogos: 5.300 milhões de euros. Porém, no dia 26 de fevereiro de 2016, a King foi comprada pela Activision Blizzard, gigante do entretenimento, proprietária de jogos como o Guitar Hero ou World of Warcraft.
Candy Crush: de que é feito o sucesso de tantos doces?
A receita viral teve mais ingredientes, claro. O jogo é gratuito (embora algumas aplicações para melhorar o desempenho ou comprar vidas custem dinheiro) e pode jogar-se em telemóveis e no Facebook: o jogador pode partilhá-lo com amigos e família e recorrer a eles para avançar na saga.
Além disso, esta espécie de fusão entre o três em linha e o Tetris é fácil de aprender mas muito difícil de dominar e é de consumo rápido: dois minutos chegam para uma jogada.
Hoje, o número diário de jogadores de Candy Crush é igual ao dos habitantes de Portugal, Espanha, França, Suiça, Holanda e Bélgica juntos: cerca de 160 milhões, a maioria mulheres, entre os 22 e os 55 anos. A aplicação continua no top cinco das mais descarregadas (ocupa o sexto lugar das mais rentáveis), segundo o site de pesquisa de mercado de aplicações móveis App Annie.
No entanto, o sucesso foi e é mais difícil do que parece: a King criou 83 jogos falhados antes deste e não voltou a conseguir um segundo êxito. Aconteceu o mesmo à Zynga, criadora do Farmville e à Rovio, dona do Angry Birds. Em muitos momentos, o fenómeno do Candy Crush foi alimentado por publicidade gratuita.
E, mais do que publicidade gratuita, é o facto do jogo se ter tornado viciante, até mesmo entre celebridades. Em 2015, a atriz Helen Bonham Carter disse que estava obcecada com o jogo. Entretanto, a vice-presidente do parlamento espanhol, Celia Villalobos, foi apanhada a jogar no seu tablet durante o debate do Estado da Nação.